A Mediunidade e o Seu Despertar
- Casa de Caridade Gauisa
- 29 de jul. de 2021
- 17 min de leitura
Atualizado: 30 de set. de 2021
Definição de Mediunidade
Mediunidade, ou canalização, designa a alegada comunicação entre humanos (encarnados) e espíritos (desencarnados); ou a manifestação espiritual via corpo físico que não lhe pertence. Apesar de disseminada pela maioria das sociedades ao longo da história humana, foi a partir do século XIX que a mediunidade começou a ser um objeto de intensa investigação científica.
Embora não provada através da ciência stricto sensu, a mediunidade é corroborada por diversas doutrinas e correntes espiritualistas, sendo parte das raízes greco-romanas e judaico-cristãs da sociedade ocidental, bem como dos orientais hinduísmo e budismo tibetano.[1]
Assim, em perspectiva espiritualista, um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium ativo, e, por esse meio, pode se comunicar por várias formas, tais como: oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência).
Fenômenos de ordem física incluem levitações (poltergeist), batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), voz eletrônica (fenômeno da voz eletrônica) etc. Também há a mediunidade de psicometria, usada como ajuda para a polícia em alguns paises, que consiste em um médium ler impressões e recordações pelo contato com objetos comuns; e a mediunidade de cura. Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
Embora recorrente em diversas vertentes espiritualistas e grupos sociais, e de ser um dogma da Doutrina Espírita, a mediunidade não se encontra estabelecida à luz da ciência, pois a existência de espíritos não é suportada pelos rigores do contemporâneo método científico. Objeto de estudo da pseudociência da parapsicologia, o consenso científico atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos paranormais. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
A mediunidade é, portanto, a comunicação entre o homem, que é encarnado, com os espíritos (desencarnados).
Em alguns casos, esse espírito pode assumir o corpo físico do médium. Assim sendo, o espírito que necessita se comunicar por motivos diversos entra em contato através de pessoas com o dom da mediunidade para passar sua mensagem.
Há diversas ciências que procuram comprovar e entender a mediunidade, pois ela seria uma prova de que existe alma e um mundo paralelo.
A definição abaixo foi retirada do Livro dos Médiuns:
"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações." Dois conceitos muito importantes podem ser extraídos das palavras de Allan Kardec:
O primeiro informa que TODOS são médiuns e recebem conscientes ou não a sua influência.
O segundo fala sobre a REVELAÇÃO da mediunidade, que ocorre de forma diferente em cada médium, envolvendo fatores como tipo de aptidão mediúnica, compromissos e dedicação.
Todos São Médiuns?
Entendamos melhor a quem chamamos por médiuns. Chamamos por médium a pessoa que tem a sensibilidade espiritual aflorada, seja ela descontrolada, em aprimoramento, desenvolvida ou completamente sob controle (mais raro, somente espíritos evoluídos). A sensibilidade e o contato espiritual que todos os homens, mulheres e crianças possuem. Todos recebem influências benéficas ou não, sejam de espíritos bondosos ou trevosos.
A principal diferença entre a pessoa comum e o médium é que este último sente de forma mais intensa o contato espiritual, podendo até se ligar ao espírito para que ele se comunique (psicofonia, também conhecida como incorporação/ acoplamento).
Mediunidade e Médiuns
Os sintomas de mediunidade estão em pequenos detalhes e comportamentos, tais como:
· Prefere evitar espaços com muitas pessoas pois de alguma forma inexplicável não se sente bem;
· Interesse de trabalhar com algo que traga a felicidade para outras pessoas, não somente o emprego comum que em troca só recebe dinheiro;
· Forte poder de intuição para decidir as coisas;
· Procura sempre compreender e perdoar, mesmo quando sabe que a pessoa não merecia;
· Boceja muito em locais com muitas pessoas;
· Sonhos que parecem mais uma mensagem de como resolver algo ou seguir a vida;
· As pessoas de maneira intrigante confiam muito em você, mesmo não sendo amigos e passam a te contar facilmente a vida e problemas delas;
· Grande curiosidade de ter mais autoconhecimento;
· Escutar sons e sentir aromas que não estão presentes no ambiente;
· Os problemas alheios, até mesmo em escala mundial afetam sua vida, como se você pudesse sentir o que estão passando;
· Repulsa a coisas fúteis e mundanas;
· Necessidade de mudar sempre de amizades que parecem que te carregam de energias ruins, muitos costumes na vida também são modificados;
· Sente presenças não visíveis que somem da mesma forma tão rápida quanto a que surgiu;
· Muitos acontecimentos na sua vida surgem de forma inesperada, como se fossem por coincidência;
· Disserta minuciosamente sobre assuntos do qual não se recorda de ter estudado de forma profunda como se fosse alguém totalmente entendido do tema;
· Fobias, bloqueios emocionais e baixo autoestima também são características.
Se o médium optar por aprimorar a sua sensibilidade, ele aprenderá a controlá-la utilizando-a em benefício do próximo e não mais sofrendo os incômodos normais que ocorrem no seu desabrochar.
Podemos comparar o médium ao homem que tem sensibilidade musical e decide estudar música, com o tempo ele desenvolve e aprimora sua faculdade, que já existia latente de nascença, mas que precisou de aprimoramento e esforço para se tornar útil.
Além do contato com outros espíritos, também recebemos as próprias vibrações de nossos veículos superiores, que trazem mensagens, estímulos, pensamentos, emoções, intuições e desejos de nosso "Eu Superior", que também é conhecido como “Centelha Divina” ou “Individualidade”.
A mediunidade independe de religião e muitos encarnados não acreditam ou não a aceitam, porém, pelo seu elevado grau de moralidade e pureza atraem a companhia de espíritos puros, que os inspiram e auxiliam através de sua intuição ou de sua mediunidade. Tudo depende da tarefa de cada um, os espíritos podem se servir de pessoas com elevada vibração, que captam seus pensamentos para ajudar o próximo, não sendo essa pessoa necessariamente um médium de uma casa espírita.
A mediunidade na Umbanda é a mesma do Espiritismo?
A mediunidade é a capacidade sensorial de se relacionar com o plano espiritual, e tanto a UMBANDA quanto o ESPIRITISMO exploram essa capacidade como prática de sua religiosidade. Mas será que é o mesmo tipo de mediunidade?
A atividade mediúnica possui centenas de especificidades e diferentes tipos de manifestação, como a psicografia, a materialização, a psicofonia (incorporação/acoplamento), projeção astral, clarividência, clariaudiência e muitas outras.
Cada médium tem uma capacidade e uma inclinação para a manifestação do seu dom. É difícil limitar um tipo de mediunidade a um tipo de religião, mas existem sim diferenças entre um médium que trabalha na Umbanda e outro que pertence à Doutrina Espírita. Para tentar perceber a diferença é importante entender a diferença entre médium de terreiro e médium de mesa.
Cada religiosidade e cada crença possui uma estrutura vibratória própria, e a forma como a mediunidade se expressa em cada uma delas também se difere. O médium que costuma se manifestar dentro da religião umbandista, possui uma estrutura espiritual específica que permite que espíritos dessa egrégora espiritual se manifestem. Por exemplo: um médium de terreiro tem o campo magnético e vibracional capaz de incorporar uma entidade como um Caboclo, e em seguida, incorporar Exu, pois está preparado para aquela energia espiritual.
Enquanto isso, um médium de mesa trabalha em vibração e campo de atuação diferente, por isso ele não precisa incorporar um Preto-Velho, Exu ou Caboclo, ele vai incorporar espíritos conhecidos e da vibração do ambiente do Espiritismo. Se um médium de mesa incorpora uma entidade típica da Umbanda é possível que ocorra um desequilíbrio vibratório em seu corpo espiritual e físico, sendo possível sentir efeitos como tonturas e até desmaios.
Isso não quer dizer que a energia das entidades da Umbanda seja ruim ou mais pesada, é simplesmente uma vibração magnética diferente que o médium de mesa não está preparado/habituado.
Não exista nada que impeça. Um médium de terreiro não é obrigado a exercer a prática mediúnica na Umbanda, nada impede que ele possa inclusive mudar de religião. A mediunidade pode ser trabalhada em qualquer lugar, mas é preciso lembrar que ele só pode oferecer o que é natural a ele, a sua essência e com o seu padrão vibratório magnético.
Há divisões no Astral?
Existem divisões de espíritos que se compatibilizam com crenças específicas do nosso plano físico. Por exemplo: em algumas sessões espíritas, com clarividentes, há alguns espíritos que não irradiam luz, que se apresentam vestindo branco com uma cinta preta e que atuam como protetores, guarda do ambiente durante a sessão, como se fosse um sentinela.
Nas sessões umbandistas também há espíritos com essa função, como o Exu. É ele quem vigia as práticas mediúnicas na Umbanda, entretanto não irá aparecer em sessões espíritas com as roupagens de Umbanda, com seus armamentos simbólicos e suas atitudes típicas da entidade. No ambiente espírita, eles aparecem como é o ambiente espírita.
Esse é apenas um exemplo que mostra como existem particularidades em grupos de espíritos. Não existe nada que impeça a fusão dessas forças, pois não há fronteiras no astral, é apenas uma forma de se adequar à frequência e à crença de cada religiosidade.
Como Descobrir se Alguém é Médium?
Não existem indícios físicos que possam revelar a mediunidade, contudo, alguns médiuns podem ter sua saúde agravada pela mediunidade descontrolada, porém, de forma alguma podemos criar uma regra para estereotipar um médium.
O Corpo Etéreo ou Duplo Etéreo, composto pelos quatro sub planos mais sutis do plano físico podem indicar a mediunidade, porém, somente médiuns clarividentes conseguem acessar esse plano.
Ramatís fala no livro "Elucidações do Além" que o Duplo Etéreo de um médium é inclinado, permitindo o acesso mais fácil ao plano espiritual. Não conseguimos encontrar outra referência a esse tema, contudo, é possível que isso ocorra, mas acredito que essa inclinação esteja vinculada a determinados tipos de mediunidade, principalmente as que demandam doação de ectoplasma por parte do médium.
Mas vamos ao assunto principal deste tópico - Como descobrir se você é médium?
A mediunidade não aparece de repente, ela vai se manifestando durante um bom tempo de forma suave (na maioria dos casos) e vai se tornando intensa até o ponto em que a pessoa tem que assumir que possui algum tipo de sensibilidade, que não consegue explicar, mas que é extremamente real para ela.
Não temos como criar regras, contudo, podemos dar algumas dicas para avaliar o que você está sentindo:
• Procure não sentir medo das sensações que tem, essa é a pior coisa a se fazer. Comece a observar a periodicidade, intensidade e como acontece cada sensação.
• Seja imparcial, ser médium não é sinônimo de salvação ou perdição, é um caminho a ser trilhado, por isso não fique procurando sentir as “coisas”, se você for médium as sensações se repetirão. Tentar forçá-las é tão ruim ou pior do que ter medo, porque você pode atrair espíritos zombeteiros e brincalhões.
• Ver um espírito não é sinônimo de ser médium. Como o próprio Allan Kardec informa no Livro dos Médiuns, a regularidade e repetição do fenômeno indicam a mediunidade.
Existem casos de espíritos recém-mortos que fazem questão de se despedir dos que lhe foram caros e por isso podem aparecer para dar o último adeus. Esse acontecimento não indica que o espírito encarnado recebeu uma hipersensibilização para poder entrar em contato com o plano espiritual.
• Não se preocupe inicialmente em desenvolver a mediunidade, busque estudar, conhecer, frequentar algum centro, deixe que naturalmente as coisas aconteçam.
• Não procure lugares que "Libertam sua Mediunidade" ou que fazem exercícios ou passes para "Despertar a Mediunidade". A mediunidade aparece naturalmente e está latente no espírito que possui o compromisso de exercê-la.
Na hora certa ela aparecerá e como o próprio Allan Kardec informa no Livro dos Médiuns, ela deve se desenvolver naturalmente através do equilíbrio e do estudo do médium.
Se você está lendo esse texto e está preocupado por que sente uns "troços", umas "coisas" que não consegue explicar e que deixam você extremamente apavorado, então você é um bom candidato a ser médium.
Quando chega a hora da mediunidade "aflorar" ela aparece e não pode ser negada pelo médium, embora alguns façam um esforço enorme para se enganar.
O Despertamento da Mediunidade
Sem dúvida nenhuma o despertar da mediunidade é uma etapa marcante na vida de qualquer médium, a grande maioria não aceita as sensações que percebe, alguns levam meses, a maioria anos e outros terminam sua vida sem aceitar sua sensibilidade mediúnica.
Quanto mais força se faz para controlar a mediunidade, ou melhor dizendo, para abafá-la, mais doloroso é o seu despertamento. Alguns "fingem", mentindo para si mesmo e afirmando copiosamente que não sentem "aquelas coisas". Os motivos que levam o médium a fazer isso são geralmente medo, ansiedade, teimosia ou vergonha.
Atualmente os médiuns que trabalham em Templos de Umbanda ou Centros Espíritas são pessoas de nossa família ou de nosso ambiente profissional. Ser médium não é ser anormal ou diferente, é ter uma aptidão a ser desenvolvida e dedicada ao próximo.
Como foi dito por Allan Kardec a manifestação inicial da mediunidade pode ocorrer de várias formas, de acordo com a aptidão do médium e seu compromisso. Algumas considerações são importantes.
Idade
Não existe idade para o afloramento da mediunidade, mas é claro que um bebê não poderá se ligar a um espírito e começar a falar, algumas etapas deverão ser alcançadas para que ocorra a ligação espiritual.
Também devemos ter cuidado para não achar que uma criança é médium antes dos sete anos, já que nesse período ela está se ajustando ao mundo físico, sendo por isso mais fácil o contato com espíritos desencarnados.
Em vários livros vemos exemplos de espíritos que se aproximam de crianças para influenciá-las a fazer uma prece ou levantar algum assunto importante. Pela sua pureza, inocência e por ainda não estarem completamente ligadas ao plano físico elas são muitas vezes o canal mais receptivo para influencias espirituais.
Porém existem crianças que desde cedo mantém um contato "mais intenso" com o mundo espiritual, tendo visões, conversando e até brincando com crianças desencarnadas.
O desabrochar da mediunidade pode ocorrer em qualquer idade, criança, jovem, adultos e até pessoas mais velhas. Não acreditamos ser uma boa opção o aprimoramento mediúnico para crianças e jovens. No início elas devem ser preparadas através de estudos espiritualistas e principalmente do Evangelho, para quando se tornarem mais velhas possuírem uma base sólida para a execução de sua tarefa. Muitos podem achar que o afloramento prematuro indica início de trabalho prematuro, porém isso também pode indicar INICIO DE ESTUDO E PREPARAÇÃO PREMATURO.
A tarefa do médium demandará confiança, maturidade, fé, coragem e vontade, atributos que muitas crianças ou jovens geralmente ainda não consolidaram em seu caráter, por isso mais vale um trabalho iniciado aos 20 anos e executado durante toda uma existência do que uma explosão aos 15 anos com término aos 19.
Pessoas em idades avançadas também podem sentir o despertar de suas faculdades mediúnicas, isso não invalida o trabalho, não é mérito ou demérito. Não podemos julgar a vontade de nosso Pai e dos espíritos superiores, que sabem o exato momento que tudo deve acontecer.
Muitos médiuns evitam se dedicar ao trabalho por falarem que não tem tempo, o trabalho, os amigos, tudo tem prioridade e sempre pensão em um dia se dedicarem só que:
1) Você não sabe o tempo de vida que terá.
2) Você não sabe ao certo o tempo necessário para o início de sua tarefa mediúnica.
3) Muitas vezes, quando decidir iniciar o estudo e trabalho não lhe será mais permitido, porque já é época da colheita e você não plantou.
4) Não é você que escolhe a idade de iniciar o estudo e trabalho espiritual, Deus o chama e esse deve ser o momento de iniciar a preparação, pois quando estiver preparado ele o chamará novamente, só que agora para auxiliar os irmãos necessitados de Luz.
MAS A DECISÃO SERÁ SEMPRE DO MÉDIUM – É O LIVRE ARBITRIO
Intensidade
A intensidade com que a mediunidade se apresenta também varia de acordo com o médium.
Médiuns com aptidão para psicofonia (incorporação) geralmente “sentem” de forma mais agressiva o contato espiritual, porque muitas vezes espíritos inferiores se aproximam quando sua mediunidade aflora. Quando o desenvolvimento começa, você se torna uma “antena captadora”.
Isso não quer dizer que o(s) espírito(s) protetor(es) e mentor(es) do médium não estejam próximos, muitas vezes eles tentam de forma suave fazer o médium despertar para sua sensibilidade, porém.... pelo medo (alguns tem pavor) ou vergonha eles não aceitam a aproximação.
Os espíritos superiores então se afastam, não como castigo e sim por afinidade. Os espíritos inferiores se aproximam e acabam "acordando" o médium de forma mais agressiva.
Não devemos pensar nisso como um castigo, simplesmente o médium tem um canal de contato espiritual, se não existe um espírito superior protegendo esse canal os espíritos inferiores passam a utilizá-lo, é simples, podemos comparar a uma casa abandonada.
O médium se comprometeu antes de encarnar a realizar uma tarefa e para realizá-la ele recebeu uma "hipersensibilização" nos canais de contato com o mundo espiritual (chacras).
O médium tem então uma "porta", que será utilizada pelos instrutores espirituais para auxiliar os encarnados ou espíritos sofredores. Essa porta precisa ser protegida, pois pode também ser utilizada por espíritos inferiores que subjugariam o médium e o fariam de marionete para os seus desejos egoístas e mesquinhos.
Por esse motivo um médium com compromissos espirituais sempre encarna sob a tutela de um ou mais mentores, ou seja, espíritos de luz que se comprometem a protegê-lo e prepará-lo para sua tarefa.
Embora a misericórdia de Deus seja infinita e a dedicação dos guias e mentores seja imensa, o médium precisa fazer sua parte, estudando, moldando seu caráter e atingindo o equilíbrio emocional necessário.
Quando se aproxima o momento da preparação do médium, os guias começam a chamá-lo, de forma suave, encaminhando-o para lugares e pessoas que auxiliarão na formação de sua base espiritual.
Se o médium não aceita os chamados “suaves” do mentor então ele se afasta, porque não lhe é mais permitido interceder pelo médium, já que não mais lhe interessa trabalhar com o plano espiritual QUE ELE MESMO SOLICITOU ANTES DE ENCARNAR.
O médium se torna alvo de espíritos trevosos, mas o mentor não o abandona, embora tenha que esperar que ele “acorde” e que realmente deseje mudar sua conduta para então se reaproximar.
Porém, o médium pode continuar avesso ao contato espiritual, fugindo durante toda sua encarnação das responsabilidades assumidas. É muito improvável que esse irmão consiga ter uma vida tranquila, pois sua “porta” para o mundo espiritual será povoada de espíritos inferiores que farão de tudo para vampirizá-lo. Ele provavelmente terá muitos desequilíbrios emocionais e contrairá doenças pelo déficit de vitalidade, já que compartilhará sua energia com os obsessores.
Muitos médiuns podem estar pensando...
- Eu não lembro de que forma suave meu mentor me chamou... Pois bem, as formas suaves podem ser um conselho, um convite de um amigo, uma palestra, um livro espírita ou espiritualista que uma pessoa próxima está lendo e oferece a você, uma conversa sobre mediunidade entre pessoas próximas, você passar em frente ao centro espírita justo na hora que está começando uma palestra e "acidentalmente" encontrar um amigo (a) entrando, e outras inúmeros formas "suaves" de chamar sua atenção.
A intensidade que a mediunidade aflora, bem como o nível de proteção que você recebe do seu mentor estão muitas vezes ligados a comprometimentos com vidas anteriores.
Alguns médiuns já tentaram outras vezes a tarefa mediúnica e falharam, alguns a negaram ou a utilizaram de forma mercenária. Podem também existir comprometimentos por causa de um suicídio (Yvone A. Pereira é um exemplo) e por isso sofrem com a mediunidade, mesmo sendo ela trabalhada para o bem do próximo.
Se você pensar.... Ah...já que vou sofrer mesmo então não vou estudar e me dedicar tanto.... Engano seu... porque se já é difícil para esses médiuns trabalhando, nem imagine como seria se eles negassem a mediunidade. Lembre-se, os médiuns que estão nesse grupo são reincidentes, podemos compará-los a infratores que são levados a julgamento pela segunda vez, o juiz com certeza terá mais rigor ao aplicar a sentença, já que existem agravantes.
A importância da Tarefa Espiritual do Médium
Se o médium antes de encarnar se compromete com muitos espíritos encarnados e desencarnados então fica muito difícil dele fugir da sua tarefa, porque de forma mais acentuada será chamado pelos mentores. Os espíritos trevosos o perseguirão, também, fazendo de tudo para obsidiar e subjugar o médium, já que reconhecem nele grande potencial para ajudar os sofredores (para eles ajudar o próximo é igual a atrapalhar).
Alguns médiuns chegam ao fundo do poço, fugindo de qualquer forma da sua mediunidade, seja por causa do orgulho, medo ou vergonha, contudo, quando aceitam a verdade, recebem cedo ou tarde a mensagem de consolo do plano espiritual, informando sobre o seu comprometimento.
Tudo isso não impede que o médium rejeite o trabalho, os espíritos superiores sempre deixam a seu cargo a decisão final, o livre arbítrio não pode ser ferido. O empenho da espiritualidade é no sentido de INFORMÁR ao médium de forma bem clara sobre o seu potencial e também o compromisso que o acompanha.
O médium não deve ficar pensando na importância do seu trabalho espiritual ou qual será sua notoriedade, porque muitos serão trabalhadores simples e anônimos que formarão a base para divulgação da mensagem de Jesus seja por todo o planeta.
Poucos aparecerão para o mundo, porém todos são importantes para a obra de Deus. Retiramos uma oportuna mensagem de Emmanuel, escrita por Chico Xavier:
“Há diversidade de dons espirituais, mas a Espiritualidade é a mesma.
Há diversidade de ministérios, mas é o mesmo Senhor que a todos administra.
Há diversidade de operações para o bem; todavia, é a mesma Lei de Deus que tudo opera em todos.
A manifestação espiritual, porém, é distribuída a cada um para o que for útil. Assim é que a um, pelo espírito, é dada a palavra da sabedoria divina e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência humana.
A outro é confiado o serviço da fé e a outro o dom de curar.
A outro é concedida a produção de fenômenos, a outro a profecia, a outro a faculdade de discernir os Espíritos, a outro a variedade das línguas e ainda a outro a interpretação dessas mesmas línguas. No entanto, o mesmo poder espiritual realiza todas essas coisas, repartindo os seus recursos particularmente a cada um, como julgue necessário."
Obsessores
O contato dos guias e mentores com os médiuns é muito sutil, eles sempre deixam que o seu pupilo escolha o caminho que deve tomar, eles aconselham, tentam encaminhar, intuem irmãos mais sensíveis a chamá-lo para ouvir palestras ou ler um livro, etc...
Eles são suaves, até porque não podem ser grosseiros devido ao grau de evolução que alcançaram.
A grande maioria dos médiuns fecha seus ouvidos, tampa seus olhos ou se esconde embaixo do cobertor, obstruindo todos os canais disponíveis para o chamado do alto. A consequência é o afastamento dos mentores que protegem o médium do contato com os espíritos inferiores e energias mais densas.
Casa desprotegida invasão garantida, os espíritos inferiores que já eram atraídos pelas tendências inferiores agora encontram caminho livre para subjugar e vampirizar o médium.
Os obsessores ADORAM médiuns.
Eles amam médiuns medrosos porque fazem o possível para incutir o medo de entrar em comunicação com o mundo espiritual, mas na verdade o médium acaba entrando em contato com o mundo espiritual, só que através da fascinação criada pelo espírito obsessor.
Eles se divertem com os que fingem que não tem as sensações mediúnicas.
E fazem o possível para envergonhar mais ainda os que têm vergonha de expor a sua sensibilidade.
Os obsessores também sabem que um médium treinado e atuante é um inimigo, porque ajuda muitas pessoas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. Várias vezes são responsáveis pelo enfraquecimento das falanges de espíritos trevosos, porque seu exemplo e fé atuam de forma decisiva nos espíritos que se encontram entediados de praticar o mal.
Por esse motivo as falanges de obsessores perseguem o médium e fazem o possível para obsediá-lo, buscando afastá-lo de qualquer contato com a oração, centros espíritas ou grupos de estudo.
Mesmo quando o médium busca o aprimoramento mediúnico e o estudo os obsessores continuam próximos, esperando sempre uma brecha, pois sabem que os médiuns são espíritos que podem fraquejar (como qualquer ser humano).
A única forma de proteção para o médium é a elevação de sua vibração, mesmo trabalhando em uma casa espírita ele precisará manter seu coração nas alturas se deseja se isolar do contato espiritual inferior.
Não se enganem achando que os médiuns que trabalham em um centro espírita ou templo de umbanda estão imunizados contra o astral inferior, se eles não estiverem equilibrados serão alvos da obsessão e os mentores não poderão auxiliá-los, porque baixaram demais sua vibração. O médium acaba se tornando surdo ao guia e ligado ao obsessor.
Ramatís fala sobre esse problema no livro Mediunismo, mostrando também como podem os nos imunizar contra os espíritos mistificadores:
Não cremos que a vaidade dos médiuns desapareça só porque sejam vítimas da mistificação corretiva. Em geral, quando eles comprovam que foram iludidos pelos desencarnados, sentem-se profundamente feridos no seu amor-próprio e então se revoltam contra a sua própria faculdade mediúnica. E assim, em muitos casos, o médium mistificado e revoltado pela decepção de ter sido humilhado na mistificação, mais rapidamente desiste da tarefa mediúnica que o ajudava a amortizar a dívida cármica, terminando por corresponder exatamente aos propósitos maquiavélicos dos seus perseguidores do Além. Alguns médiuns já abandonaram a prática mediúnica, alegando que foram traídos na sua boa intenção e não receberam o devido adjutório do Alto, o que lhes seria justo esperar.
São raros os médiuns que admitem, sem qualquer suscetibilidade, que dia mais ou dia menos podem ser mistificados, não por culpa dos seus mentores, mas pela imprudência, pelo descaso, vaidade ou interesse utilitarista com que às vezes são dominados, oferecendo ensejos para a infiltração de espíritos levianos, irresponsáveis e malévolos no exercício da sua mediunidade. Os desocupados do Além-Túmulo espreitam astutamente qualquer brecha vulnerável que se faça no caráter do médium ou perturbação no seu trato com a família amiga ou ambiente de trabalho, para assim interferirem durante a queda na frequência vibratória espiritual e lograrem a mistificação que depois desanima, decepciona ou enfraquece a confiança.
A mistificação ainda significa determinada cota de sacrifício na prática mediúnica, assim como acontece em certas profissões humanas, seja a engenharia, a advocacia ou a medicina, em que os seus profissionais, com o decorrer do tempo, vão eliminando gradativamente os equívocos dos primeiros dias.
Muitos médiuns, apesar de, bem intencionados, são vaidosos, ingênuos, ignorantes, fanáticos ou excessivamente personalistas, oferecendo ensejo para os desencarnados perversos os perturbarem no intercâmbio mediúnico.
Qual o meio mais eficiente para o médium livrar-se das mistificações dos desencarnados?
Sem dúvida é a sua conduta moral e integração incondicional aos preceitos sublimes da vida espiritual superior. Se o médium pautar todos os seus atos e subordinar seus pensamentos à diretriz doutrinária do Cristo-Jesus, ele há de se ligar definitivamente às entidades superiores responsáveis pelo desenvolvimento da humanidade terrena.
Adaptação de Vários artigos e textos
Casa de Caridade Gauisa