O que é ser Médium?
- Casa de Caridade Gauisa
- 5 de ago. de 2021
- 7 min de leitura
Muitas pessoas perguntam o que é ser médium. Mesmo as pessoas, que vivenciam os diversos processos mediúnicos, tem muita dificuldade de explicar, faltam palavras.
Então vamos começar e explicar o que é ser médium, pesquisando o significado da palavra “médium”. Esta palavra significa “aquilo que está no meio”. Assim médium é o intermediário, aquele que intermedia a comunicação de um espírito com as demais pessoas.
Médiuns são pessoas que, segundo a UMBANDA, têm a faculdade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação/acoplamento, pela vidência, pela audiência ou pela psicografia.
Todos nós seres humanos têm mediunidade em estado latente, que poderá desabrochar ou não. Assim todos somos mais ou menos médiuns, no sentido de que somos influenciáveis pelas sugestões alheias, podendo estas partir de espíritos desencarnados que nos desejam influenciar.
Isto se dá através da sintonia mental, de forma espontânea e natural, surgindo na nossa mente como uma ideia, um pressentimento, que são também chamados de “intuição”.
A eclosão da mediunidade não depende de religião, idade, raça ou sexo. Muitas pessoas, não conhecendo nada sobre o assunto, ficam amedrontadas, outras temem a responsabilidade.
Como saber se sou médium? Existem indícios que caracterizam a presença da mediunidade. São eles: alterações emocionais súbitas, acentuada sensibilidade emotiva, vidências, necessidade compulsiva de escrever ideias que não são suas, calafrios, sensação de formigamento nas mãos e na cabeça, mal-estar em determinados ambientes ou em presença de certas pessoas, sensações de enfermidades inexistentes.
A mediunidade não é uma dádiva estendida a “eleitos” e, portanto, não deve ser encarada como um privilégio, nem como um fardo. Na verdade, os médiuns são espíritos, de alguma forma, comprometidos com a evolução, espíritos que se colocaram à disposição de espíritos mais evoluídos para auxiliar na evolução de outros irmãos. Portanto, a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade de resgate e expiação de faltas cometidas antes mesmo da pessoa reencarnar.
Também não deve ser encarada como uma doença ou como forma de ganhar dinheiro, mas como oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
A mediunidade é uma responsabilidade que deve ser vivenciada com seriedade, com amor e disciplina e assim será sempre fonte de benefícios para o médium e para outros. Mas viver isso é uma escolha.
O médium deve ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, por isto a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria, seguido por conceitos morais e éticos.
A UMBANDA crê que o médium tem o compromisso de servir como instrumento de guias ou entidades espirituais e para tanto deve se preparar através do estudo. Assumido o compromisso, o médium precisa ter responsabilidade. Não é quando ele quer ou ele pode, é quando ele for necessário. Ter responsabilidade com a Casa escolhida cumprindo as obrigações assumidas com amor e dedicação. Afinal a UMBANDA é caridade e amor.
A MEDIUNIDADE
Mediunidade (do latim médium + idade) é a faculdade que, a quase totalidade das pessoas possuem, umas mais, outras menos, e que dota o homem de sensibilidade permitindo a percepção e interação com o mundo espiritual. Em alguns, essa faculdade é ostensiva e necessita ser disciplinada, educada, e em outros permanece latente, podendo manifestar-se eventualmente.
Ela não é uma provação e nem punição. É uma benção concedida ao espírito no momento em que reencarna. Se bem desenvolvida é um eficiente recurso facultado pela Lei Divina para resgatar carmas, acelerar a evolução espiritual e também para auxiliar os guias espirituais, que acompanham o médium, em seu processo evolutivo.
A mediunidade não é um fenômeno de nossos dias. Sempre existiu, desde quando existe o homem, pois é, através dela, que o Astral Superior pode interferir na evolução do mundo, orientando, guiando, protegendo e dando inspirações e ensinamentos necessários.
Antigamente a mediunidade não era conhecida e generalizada nos seus aspectos práticos, mas nem por isso deixou de ser admitida, estudada e usada para o bem coletivo. Desde as tribos primitivas onde a mediunidade era somente exercida pelos pajés iniciados, passou pela Grécia, Egito, Índia, Pérsia e Roma, onde nas escolas e templos começaram todo um trabalho de preparação e conscientização desta faculdade.
O espírito que vem com o compromisso de desenvolver sua mediunidade na UMBANDA, na preparação de sua reencarnação, recebe nos seus chacras um complemento de energia vital eletromagnética. Isso permitirá aos guias atuarem mais intensamente na região dos plexos, facilitando-lhes o domínio do corpo físico dos médiuns, possibilitando-lhes assumir suas principais características gestuais e de linguagem.
A mediunidade se apresenta em alguns aspectos, que são: mediunidade natural e mediunidade probatória.
Mediunidade natural: é aquela em que o espírito do médium já adquiriu suas faculdades maiores e é senhor de uma sensibilidade apurada porque já está num estado de evolução maior.
Mediunidade probatória: é aquela que existe devido às dívidas cármicas adquiridas no passado pelo espírito do médium que trabalhando na seara mediúnica faz com que possa quitar seus débitos.
A mediunidade, quanto aos graus pode ser consciente, semi-consciente e inconsciente.
Mediunidade consciente: ocorre em 70% dos casos e a entidade que quer se comunicar aproxima-se do médium e telepaticamente transmite o conteúdo que quer anunciar. É a que permite uma maior interferência do psiquismo do médium e o mesmo se recorda de tudo o que disse.
Mediunidade semi inconsciente (incorporação parcial): ocorre em 28% dos casos e a entidade que quer se comunicar age sobre o corpo físico do médium, ficando alguns órgãos sobre o controle da mesma. Isso acontece sem que haja o afastamento do espírito do médium e sem que ele perca a consciência. Ele fica numa espécie de semi transe e se recorda parcialmente do que disse.
Mediunidade inconsciente (incorporação total): ocorre em 2% dos casos e neste tipo de mediunidade o espírito do médium afasta-se temporariamente do corpo físico, ficando ao lado enquanto a entidade atua diretamente sobre os centros nervosos de controle do corpo do médium que raramente recorda de algo que disse ou fez.
A mediunidade também pode ser classificada quanto aos efeitos que produz: efeitos intelectuais, efeitos sensitivos e efeitos físicos.
Efeitos intelectuais: intuição (pressentimento), psicofonia (incorporação), psicografia (médiuns escreventes), desdobramento (o espírito do médium sai do corpo).
Efeitos sensitivos: vidência (visualização de coisas e ambientes), audiência (escuta-se os sons produzidos no ambiente astral), sensitividade (o médium sente o tipo de vibração existente em um ambiente).
Efeitos físicos: são aqueles cujas ações são dirigidas para o ambiente material e por este motivo são percebidos pelos médiuns. São sons, luzes, odores, movimento de objetos, curas, materializações e transfigurações.
A mediunidade em geral tem eclodido para colaborar na luta contra a carga magnética inferior planetária, para a cooperação espiritual na redenção dos irmãos desencarnados, confortando os sofredores, comovendo os obsessores e orientando os irmãos confusos. Desenvolver a mediunidade significa passar por um aprendizado, por uma conscientização para oferecer ao próximo, valores úteis e bons.
Existem casos em que a mediunidade de incorporação nunca vai se manifestar porque o médium deverá desenvolver outras formas de mediunidade. Ela é uma atividade psíquica séria, e a ela só devem se dedicar pessoas que se disponham a ter conduta religiosa, ou seja, uma moral sadia e de hábitos disciplinados.
Nunca desista de desenvolver a sua mediunidade, de cumprir a sua missão, pois ela é simples e gratificante na vida das pessoas que a abraçam como missão de serviço nas legiões do Grande Pai Oxalá.
Trecho escrito por Fátima Dantas:
“Ser médium é um privilégio que traz responsabilidades. O médium necessita dar boa condição à incorporação do seu guia através de sua formação moral, de bons pensamentos e boas atividades. A vida nos dá oportunidades diariamente para revelarmos essas condições: com os amigos, com os vizinhos, com os familiares e até com os inimigos, pois precisamos contar até dez antes de respondermos a uma ofensa.
Normalmente dizemos: “eu não aturo desaforos”, quando deveria ser dado ao desafeto, uma palavra boa, um bom pensamento, isso quase ninguém faz. Até os animais sentem a energia de um pensamento positivo, pois só o amor é capaz de abrandar as feras.
Se não houver no médium esse sentido de amor universal, nunca será um bom médium. Poderá ser pontual no trabalho, mas é duvidoso dizer que o espírito que dele se aproxima seja um espírito de luz, pois poderá ser um espírito terra-a-terra igual a ele.
Umbanda não é só o trabalho de terreiro e existe muita coisa que se faz e que só pode ser ensinado aos médiuns que já estejam preparados e em condições para receber, do contrário seria o mesmo que colocar uma arma nas mãos de quem não sabe manejá-la.
Uma entidade não pode transferir seus conhecimentos sem que haja muita segurança. O grande obstáculo à aquisição dessa segurança é a vaidade.
Grande parcela de médiuns quer ser “os tais”, procurando terreiros onde eles possam “aparecer”; isso é muito perigoso. O médium precisa ser amparado, orientado e lapidado. Mas como se pode preparar totalmente um médium se o mesmo não tem condições morais para tal? Como se pode dar conhecimentos mágicos a um médium que tem ódio no coração, que não conhece o perdão, que não sabe amar?
Todos têm o direito de não concordarem com determinados fatos que ocorrem dentro do terreiro; é permitido discordar, até do próprio guia chefe, desde que tenha razão. Na parte material, os médiuns têm o direito e dever de expor os problemas, de dizer honestamente aquilo que não estão gostando, que não está certo. Pois isso é uma crítica honesta, leal e construtiva. Mas a crítica que se faz nos bastidores, têm o sentido de destruir. Muito mais honesto é falar de frente do que criticar negativamente às ocultas.
Quanto à parte espiritual, não se pode aceitar que os médiuns venham a se destruir, que ache que o outro é negativo, que é fraco. Isso é amor? Isso é fraternidade?
“Se quiserem vencer dentro de um grupo mediúnico é através da união, da fraternidade e do amor.”
O amor é o Caminho. (Pai Joaquim das Almas – Mentor da Casa de Caridade Gauisa)
Texto adaptado pela Casa de Caridade Gauisa com base em diversos textos publicados na internet