Foi o Caboclo Sete Encruzilhadas, entidade fundadora da Umbanda, que ao fixar as bases e diretrizes do novo segmento religioso, propôs, dentre outras coisas, que todos os médiuns utilizariam roupas brancas.
Para entender isso, vamos recorrer à estória da humanidade.
A utilização da cor branca, aparece como um dos maiores símbolos de unidade e fraternidade já utilizados.
Nas antigas ordens religiosas do continente asiático, encontramos a citada cor como representação de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade superior. Do mesmo jeito, as ordens iniciáticas utilizavam insígnias de cor branca. Os brâmanes (Índia) tinham como símbolo o Branco, que se exteriorizava em seus vestuário e estandartes.
Os antigos druidas tinham na cor branca um de seus principais elos do material para o espiritual, do tangível para o intangível. Muitas outras ordens religiosas utilizam o branco para simbolizar a paz e a elevação espiritual.
A roupa branca transmite a sensação de assepsia, calma, paz espiritual, serenidade e outras sensações de bem estar.
Isaac Newton, em suas pesquisas, provou que o branco contém dentro de si todas as outras cores.
Portanto, vimos um espírito evoluído, na roupagem de um caboclo, que sabiamente orientou que todos os trabalhadores mediúnicos da nova religião – A UMBANDA, usassem roupas brancas.
Além dos aspectos já mencionados, a escolha de uma cor representar as vestimentas da Umbanda, também reflete igualdade.
Assim, quem chega num terreiro de Umbanda, na esperança de cura ou melhora de seus problemas, jamais terá a possibilidade de identificar, entre as pessoas do corpo mediúnico, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais.
Num terreiro de Umbanda todos são iguais. Todos estão a serviço da caridade.
Podemos, também, correlacionar branca com a atuação dos Orixás na Umbanda. O branco representa a irradiação de Oxalá, que comanda o panteão dos orixás na nossa religião.
Da estrutura cósmica de Oxalá sai as demais irradiações dos outros Orixás.
A Umbanda, que é o Sopro Divino do Criador, tem por objetivo a caridade pura e simples, e nela não há espaço para a vaidade ou destaque individual.
Somos veículos de manifestação da espiritualidade superior, e por isso, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos.
Somos elos iguais de mesma força e importância neste campo de amor e caridade denominado Umbanda.
O branco, também, tem o caráter refletor. Como é o somatório de todas as cores e funciona, aliado a outras coisas, como uma espécie de escudo contra certos choques menores de energias negativas que são dirigidas ao médium.
A Roupa Branca, que carinhosamente chamamos de “roupa de santo”, é a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias.
Quando cuidamos de nossas “roupas de santo”, dos nossos objetos ritualísticos, nossas guias e tudo que envolve nossa religião sagrada, é um momento Sagrado e deve ser respeitado.
Usamos Branco, somos umbandistas, somos da paz!
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