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Quaresma na Umbanda?

Muitos umbandistas ainda se questionam se os preceitos religiosos da Quarema devem ser seguidos pelos praticantes da nossa religião.


Antes de adentrar neste tema, é necessário esclarecer o que é a Quaresma, do ponto de vista do Cristianismo.


Em apertada síntese, podemos definir a Quaresma como um período de preparação de 40 dias (a origem do nome vem daí) para a Páscoa cristã. Esta preparação é praticada por fiéis da tradição católica, além de ortodoxos, luteranos e anglicanos.


Durante este período, os cristãos costumam jejuar, orar e fazer caridade, com o objetivo de se livrar dos seus pecados e se conectar a Deus.


Nos dias de hoje, a Quaresma inicia-se na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira Santa (totalizando 44 dias, desde a alteração promovida pelo Papa Paulo VI).


Não há um consenso sobre o porquê dos 40 dias, mas é público e notório que inúmeros relatos bíblicos fazem referência ao número 40, como, por exemplo: o número de dias (40) de jejum de Jesus Cristo no deserto; a duração do dilúvio na história de Noé (40 dias e 40 noites); o tempo de travessia do deserto por Moisés e os hebreus (40 anos), etc.


A dúvida acerca da aplicação de tais preceitos na Umbanda deve residir muito provavelmente no fato de o Cristianismo constituir uma das raízes da nossa religião que, claro, também possui influências significativas e determinantes de diversos cultos africanos (principalmente aqueles oriundos dos povos bantu e ioruba), de práticas espirituais indígenas (de todo o continente americano), de práticas espirituais europeias (como o Espiritismo de Allan Kardec, dentre outros), etc.


Partindo do pressuposto de que o astral inferior é habitado por espíritos que experenciaram os últimos dois milênios da existência terrena sob a égide da Igreja Católica Apostólica Romana, é natural admitirmos que as regiões espirituais umbralinas fiquem mais agitadas durante o período de Quaresma.


O registro mental das diversas experiências na carne destes espíritos sofredores gera, sem sombra de dúvida, um momento de elevação dos níveis de densidade energética, que é sentida na esfera terrestre.


Não obstante o exposto acima, entendemos que o período de Quaresma deve ser vivenciado pelo umbandista como outro qualquer.


Como já dissemos acima, é natural a agitação do mundo espiritual na rememoração de importantes (e trágicos) acontecimentos nas vidas de espíritos desencarnados que foram vítimas da imposição da fé pelo medo e pela força, do Tribunal da Santa Inquisição da Igreja Católica, que foram perseguidos e massacrados nas inúmeras Cruzadas religiosas relatadas em diversos momentos da história mundial.


Somando-se esta agitação ao atual momento da vida na Terra, em que espíritos encarnados encaram as comemorações do Carnaval com uma certa liberalidade sem limites para os prazeres da carne, atiçando o desejo e a volúpia de espíritos viciados em sexo e drogas (legais e ilegais), criamos um cenário energético perigoso.


Toda esta turbulência espiritual se explica facilmente pela lei universal da atração, em que o padrão vibratório das energias se aproximam por afinidade. Nós sintonizamos com aquilo que vibramos, seja por pensamentos, seja pelas atitudes. É exatamente deste ponto que vem a necessidade de emanarmos bons pensamentos, praticarmos boas ações, cultivar bons hábitos.


Mas isso deve ocorrer durante toda nossa vida e não apenas no período da Quaresma na tradição cristã. O “orai e vigiai” é uma máxima cristã que explica de maneira bem elucidativa aquilo que todo praticante da religião de Umbanda precisa seguir à risca.


Os cuidados especiais que os umbandistas devem tomar durante o período da Quaresma não devem ocorrer pelos fundamentos religiosos da tradição cristã, mas por aquilo que compreendemos das leis universais, em especial da lei de atração.


A mente firma e forte é mais do que suficiente para proteger a todos destas vibrações espirituais mais densas. Porém, cientes das dificuldades que todos os encarnados enfrentam em suas vidas cotidianas, é natural que outras medidas excepcionais sejam adotadas, como, por exemplo, a proteção do chakra umbilical com um cristal de cor preta (ônix, obsidiana, turmalina, etc.) e uma fita de micropore ou esparadrapo.


Cuidar dos nossos pensamentos e atitudes é uma obrigação diária, inserida na busca incessante da reforma íntima, pelo autoconhecimento de nossas fragilidades, deficiências e, claro, de nossas qualidades e pontos positivos.


Nesta caminhada espiritual que busca a evolução moral de todos os seres, a Umbanda se encaixa perfeitamente neste objetivo a partir do seu escopo de manifestação de espírito para caridade.


O lema de Pai Joaquim das Almas, mentor espiritual da Casa de Caridade Gauisa, que defende que “o amor é o caminho” para todos os problemas que enfrentamos, é outro importante paradigma a ser adotado na busca pela nossa reforma íntima.


Aliás, este querido preto velho mirongueiro trouxe, numa conversa animada com seus filhos, que as adversidades da vida trazem lições, mas o aprendizado definitivo só vem com o AMOR. São lições de sabedoria e humildade trazidas no cotidiano da nossa religião.


No propósito de amor e resgate de almas perdidas, a Casa de Caridade Gauisa não para suas atividades durante a Quaresma, apesar do respeito que tem pelos fundamentos e ritos de todas as tradições religiosas. Salientamos, contudo, que a decisão de não parar suas atividades coloca em prática todos os ensinamentos de Jesus Cristo, porquanto O reconhecemos como o maior exemplo daquilo que devemos mirars em nossas múltiplas experiências no Planeta Terra como espíritos encarnados.



Saravá UMBANDA!

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